
Hoje eu quero conversar sobre um assunto muito importante e que pode ter um impacto enorme na nossa saúde: a resistência à insulina.
A resistência à insulina é um fenômeno complexo, mas vou tentar simplificar ao máximo para facilitar a compreensão sobre como ela acontece e quais são seus principais impactos.
Então primeiramente vou explicar o que é a insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e tem como função ajudar a regular o nível de açúcar no sangue. Ela age como um mensageiro, sinalizando para as células absorverem a glicose que está na corrente sanguínea e utilizá-la como fonte de energia.
Agora, vamos imaginar um cenário em que as células do nosso corpo começam a ignorar ou responder de forma inadequada aos sinais da insulina. Elas se tornam menos sensíveis a esse hormônio e, consequentemente, não conseguem retirar adequadamente a glicose do sangue.
E esse é o ponto de partida para a resistência à insulina.
Mas como isso acontece?
Existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da resistência à insulina e um dos principais vilões é o estilo de vida sedentário e uma alimentação desequilibrada, rica em açúcar e carboidratos refinados (provenientes das farinhas brancas).
Esse tipo de alimentação ao longo do tempo pode sobrecarregar todo sistema envolvido no processo de regulação de açúcar no sangue e levar as células a se tornarem menos responsivas à insulina.
Além disso, o acúmulo de gordura abdominal também está relacionado à resistência à insulina. As células adiposas (gordura) liberam substâncias inflamatórias que interferem na ação da insulina, dificultando o processo de absorção da glicose pelas células.
Outro fator que merece destaque é a genética. Existem pessoas que possuem uma predisposição maior para desenvolver resistência à insulina, o que significa que seus corpos podem ser mais propensos a essa condição.
O fato é que a resistência à insulina, se não controlada, pode evoluir para o diabetes tipo 2, que corresponde a cerca de 90% dos casos totais de diabetes no mundo.
Nesse estágio, o pâncreas precisa trabalhar ainda mais para produzir insulina e compensar a resistência das células. Com o tempo, a capacidade do pâncreas pode ficar comprometida, resultando em níveis elevados de glicose no sangue e o desenvolvimento do diabetes.
Queria apenas ressaltar que a Resistência à Insulina só pode ser diagnosticada por um médico, através de exames específicos (principalmente pelos exames de hemoglobina glicada, insulina em jejum e testes de HOMA) e de uma análise clínica. Isso porque na maioria dos casos, ela não apresenta sintomas totalmente claros.
A boa notícia é que a resistência à insulina pode ser tratada e até mesmo revertida através de mudanças no estilo de vida.
Isso inclui praticar atividades físicas regularmente, manter uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e com baixo teor de açúcar e gorduras saturadas. Além disso, perder peso, se necessário, pode ser um passo importantíssimo para melhorar a sensibilidade à insulina.
Por fim, vale mencionar que pessoas que estão acima do peso ou obesas, ou com colesterol, triglicérides e pressão arterial altas, gordura no fígado, ovário policístico ou gestantes com alterações de glicemia são os grupos de maior incidência para apresentar esse quadro.
Se você se identifica com estes quadros, por favor não deixe isso para depois e converse com seu médico o mais breve possível.