
Hoje eu gostaria de falar brevemente sobre a terapia de reposição hormonal.
Quando deve ser feita? Para quem é indicada? Qual a melhor forma?
Bom... essas são respostas que apenas um médico especializado nessa área (e isso é muito importante!) poderá te dar e, preferencialmente com a demonstração clara dos benefícios e riscos envolvidos. Mas hoje eu gostaria de conversar com você sobre alguns pontos que devem ser analisados em conjunto com essa decisão.
A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma opção para aliviar sintomas comuns durante a perimenopausa avançada e menopausa, principalmente os vasomotores (como os fogachos), ressecamento vaginal, perda óssea, variações de humor, perda de libido, entre outros.
A TRH consiste na administração de hormônios sintéticos ou bioidênticos (idênticos aos produzidos pelo corpo) para substituir os níveis hormonais que diminuíram nessa fase da mulher. Esses hormônios podem ser administrados por via oral, transdérmica, injetável ou vaginal, de acordo com a preferência da paciente e a recomendação médica.
Os hormônios geralmente utilizados na TRH são o estrogênio e a progesterona, que são prescritos em combinação ou isoladamente, dependendo das características da paciente e do objetivo do tratamento. A testosterona também pode ser prescrita em alguns casos.
Vale a pena destacar que a reposição hormonal não é recomendada para mulheres com histórico de:
- Câncer de mama ou endométrio;
- Trombose;
- Doenças cardiovasculares prévias;
- Doenças no fígado;
Eu particularmente acredito que, dependendo da intensidade dos sintomas, sim, muitas mulheres se beneficiarão de uma reposição hormonal bioidêntica bem feita.
Contudo, também acredito que, antes de já se partir para a reposição, existem pontos importantíssimos que precisam ser ajustados para que a mulher consiga obter um melhor resultado.
Entre eles:
- Carências nutricionais e vitamínicas;
- Quadros inflamatórios crônicos;
- Baixa capacidade de detoxificação do fígado;
- Estilo de vida sedentário;
- Disbiose intestinal mais severa;
Isso porque muitas vezes, ao fazer modificações na alimentação e no estilo de vida, as mulheres conseguem melhoras extremamente significativas em seus sintomas, adiando a necessidade da reposição hormonal.
Um adendo especial à quadros mais agudos de disbiose, que é um estado em que há um desequilíbrio na microbiota intestinal, podendo levar a uma inflamação crônica no corpo e a uma variedade de sintomas, como inchaço abdominal, constipação, diarreia, dores de cabeça, fadiga e alterações de humor.
Gostaria de destacar que iniciar uma terapia de reposição hormonal em um estado de disbiose pode não ser a melhor opção, pois a disbiose pode afetar a forma como o corpo metaboliza e utiliza os hormônios, podendo resultar em efeitos adversos e diminuir a eficácia da terapia.
Por fim, é importante destacar que a TRH não deve ser vista como a única opção de tratamento para os sintomas da menopausa. Além dos ajustes no estilo de vida e alimentação, outras opções incluem fitoterapia, acupuntura e terapia comportamental.
Enfim, minha sincera sugestão é para que, antes de já partir para a reposição, faça ajustes em sua alimentação, em seu estilo de vida, cuide de seu intestino e de seu fígado, com foco em diminuir estados inflamatórios mais crônicos.
E, depois disso, tome sua decisão.
Tenha certeza que isso será essencial para sua saúde no longo prazo.