Você sabe o que é resistência à insulina?


Hoje eu queria trazer aqui um assunto que eu converso bastante com as minhas clientes e que eu acho muito importante. A resistência à insulina.
 

A resistência à insulina é um processo bastante complexo mas eu vou tentar aqui simplificá-lo nos pontos principais que eu considero que possam ajudar as pessoas a compreender como ela se instala.
 

Toda vez que nós comemos carboidratos (especialmente os açucares e os carboidratos refinados, como tudo aquilo que tem farinha branca como bolos, bolachas e massas por exemplo), esse açúcar entra em nossa corrente sanguínea e automaticamente o nosso pâncreas secreta o hormônio insulina para "bater na porta das células” e retirar esse açúcar de nosso sangue.
 

É como se o hormônio insulina tivesse a chave da porta das células para transportar o açúcar de nosso sangue para dentro delas para que elas o utilizem posteriormente como fonte de energia.
 

O fato é que nossas células têm uma capacidade máxima de armazenamento de açúcar. E, quando elas atingem esse limite, se ainda houver açúcar circulante em nossa corrente sanguínea, esse excesso é acumulado em nosso fígado e músculos (em forma de uma substância chamada glicogênio) também para ser utilizado posteriormente como fonte de energia rápida.

 

E o que ocorre se ainda sobrar muito açúcar no nosso sangue mesmo depois que nossas células, nosso pâncreas e nossos músculos já estiverem com as suas capacidades de armazenamento lotadas?

 

Nesse caso, o que acontece é que o fígado acaba devolvendo esse excesso de açúcar para o sangue e a glicemia continua ELEVADA, iniciando novamente o ciclo de produção de insulina.

 

Ao longo do tempo, se esse mecanismo continua acontecendo de forma CRÔNICA e CONSTANTE, as células não conseguem mais realizar a sua função corretamente (pois estão sempre muito cheias de energia que não é utilizada) e acabam ficando "cansadas" de tanto armazenar energia. 

 

Depois disso, em termos simplificados, é como se as “células cansadas” adicionassem uma fechadura extra em suas portas para dificultar o trabalho da insulina. Ou seja, as células decidem que só vão abrir a sua porta se houver uma quantidade maior de insulina para fazer a mesma função.

 

Além disso, não podemos nos esquecer do nosso pâncreas… Pense que ele poderá ficar cansado de produzir tanta insulina sem parar, de forma sempre crescente e que, em determinado momento, talvez não consiga manter níveis adequados de produção desse hormônio.

 

Daí, resumidamente, temos um quadro em que as células do nosso corpo ficaram rebeldes e colocaram uma fechadura a mais para atenderem aos apelos da insulina e seu pancreas entrou em "burn out" de tanto produzir insulina.

 

 Tudo isso, sem falar no fígado, que é o nosso principal órgão de filtragem do corpo e, se ele estiver sempre sobrecarregado com esse processo de metabolização de açúcar, será impactado em suas demais funções normais de detoxificação de toxinas e do excesso circulante de colesterol e de estrogênio, por exemplo

 

E esse é um quadro simplificado do processo de resistência à insulina que, se não for tratado e revertido, pode levar uma pessoa a desenvolver a diabetes do tipo 2, que corresponde a cerca de 90% dos casos totais de diabetes no mundo.

 

Queria apenas ressaltar que a Resistência à Insulina só pode ser diagnosticada por um médico, através de exames específicos (principalmente pelo exame de hemoglobina glicada) e de uma análise clínica. Isso porque na maioria dos casos, ela não apresenta sintomas totalmente claros.

 

O fato é que pessoas que estão acima do peso ou obesas, com colesterol, triglicérides e pressão arterial altas, gordura no fígado ou gestantes com alterações de glicemia são os grupos de maior incidência para apresentar esse quadro.

 

Se você se identifica com estes quadros, por favor não deixe isso para depois e converse com seu médico o mais breve possível.

 

Um grande beijo em seu coração e fique bem!