Hoje vou trazer um assunto um tanto quanto “polêmico”!!
Então vale a leitura com carinho pois ela promete!
Quem aqui nunca fez uma dieta que atire a primeira pedra! E digo mais: quem aqui no meio dia dieta, nunca se estipulou um ”dia do lixo”?
Fazer dieta não é fácil e muitas pessoas tentam criar estratégias para reduzir essa dificuldade. O “dia do lixo” (ou dia livre) é uma delas, um momento escolhido para comer à vontade e sem restrições por quem segue uma dieta rigorosa ou que está tentando mudar os hábitos de forma RADICAL.
Neste dia, a pessoa escolhe uma ou MAIS refeições bem mais calóricas do que as que costuma fazer. E geralmente nessa lista entram frituras, fast-food, pizzas, doces ou sobremesas de todos os tipos, além de refrigerantes e, às vezes, muito álcool...
Então pense comigo, será que vale a pena aproveitar um dia se esbaldando sem limites, se afastar ainda mais do seu objetivo e continuar com o mesmo mindset de radicalismo que geralmente vem com a mentalidade das dietas restritivas?
Fora isso, para quem está no início de uma reeducação alimentar e se adaptando ao processo, a estratégia de comer tudo o que quiser em um dia pode ser um tiro no pé. A pessoa acaba gerando grandes expectativas em torno desse momento, o que leva à perda de controle e, consequentemente, a uma compulsão alimentar. Depois vem o sentimento de culpa e de frustração e a dieta volta a ser vinculada a uma RESTRIÇÃO, que como você bem sabe, o emocional influencia muuuuito no nosso corpo!
Outro ponto a se pensar sobre o dia do lixo é que como o corpo está enfrentando mudanças e excluir temporariamente certos tipos de alimentos geralmente é necessário para qualquer processo de detoxificação, introduzir itens "proibidos" no meio do processo pode causar um gatilho que leva ao descontrole.
Por exemplo, pense em uma pessoa viciada em açúcar que está tentando reduzir o seu consumo e que conseguiu fazer a restrição por cinco dias (mesmo que super sofridos!). Daí, quando chega o final de semana, o seu "dia do lixo, ela vai lá e come um doce, sendo que o seu organismo ainda está no processo de readaptação para se livrar dos mecanismos viciantes e ainda está sofrendo com os efeitos da abstinência. O que isso pode ocasionar no organismo? Um efeito rebote com certeza!
Você come, reativa os mecanismos de recompensa ligados ao açúcar e no dia seguinte o corpo pede novamente por esse doce, ou seja, perda de tempo!
Além de tudo há um certo problema no nome "dia do lixo". Ele indica que certos itens são porcarias e não deveriam ser consumidos, o que faz a pessoa construir uma relação com a comida em que existem itens que são vilões ou proibidos... E como nós sabemos bem, tudo que não é permitido se torna mais tentador.
Dessa forma, a dieta será sempre um momento de dificuldade, um esforço que precisa ser recompensado, o que impede que ela se torne uma reeducação alimentar, ou uma nova forma de comer e de se relacionar com a comida que seja leve e gostosa de ser mantida.
“Mas Carla, não posso ter um dia livre sem estragar a minha dieta?” CALMA!
Pode sim! Mas é preciso ter bom senso até para sair do limite - e atenção ao momento presente. O ideal é fazer a refeição com atenção e sem distrações, saboreando e curtindo cada pedacinho do alimento até o momento em que se sentir confortavelmente satisfeito, sem deixar que aquela sensação de estufamento, de que vai passar mal, tome conta.
Uma estratégia interessante, por exemplo, é escolher uma refeição pontual na semana como momento livre, e não um dia inteiro. Um almoço ou jantar no final de semana, por exemplo. Dessa forma, você mantém a sua rotina para as demais refeiçoes do dia e se permite ser mais flexível em uma delas, escolhida com carinho para inclusive encaixar momentos sociais com pessoas queridas.
Você consegue ver a diferença entre ESCOLHER um momeno específico para se permitir comer algo que você goste, ao invés de simplesmente se RECOMPENSAR por uma suposta RESTRIÇÃO?
Para o nosso cérebro, esse mecanismo faz total diferença, principalmente quando pensamos em nossos próprios gatilhos de auto-sabotagem.
E para finalizar, deixo uma reflexão: nós sempre seremos livres para fazer nossas escolhas, mas sempre seremos prisioneiros das consequencias delas.
Um grande beijo e fique com Deus!