
Você já sentiu que está fazendo tudo certinho, se alimentando bem, se exercitando, tentando manter o foco, mas o corpo simplesmente não responde mais como antes?
Hoje eu quero te explicar o porquê.
E sim… tem tudo a ver com o que acontece com os nossos hormônios depois dos 40.
Com a chegada da perimenopausa, que pode começar até 10 anos antes da menopausa, o nosso corpo entra num processo de transformação que afeta diretamente a velocidade do emagrecimento, a forma como acumulamos gordura e até a nossa disposição para seguir uma rotina saudável.
Então, vamos ao ponto:
Aqui estão os 5 hormônios que mais impactam a perda de peso nas mulheres de 40/50+ e o que muda com a queda de cada um deles:
1. Estrogênio
Com o envelhecimento dos ovários, a produção de estrogênio começa a cair e isso afeta muita coisa:
- A gordura se redistribui para a barriga (onde é mais inflamatória e perigosa do ponto de vista metabólico)
- A massa muscular diminui, o que desacelera o metabolismo
- O centro de fome e saciedade no cérebro se altera, aumentando o apetite e o desejo por carboidratos
- A sensibilidade à insulina piora (dificultando o uso da glicose pelas células)
- A inflamação crônica de baixo grau se eleva, dificultando ainda mais a queima de gordura
2. Progesterona
Esse é um hormônio que só é produzido após a ovulação (e a ovulação vai ficando mais rara com a perimenopausa).
- Com menos progesterona, o controle da glicemia fica mais instável
- A queima de gordura fica mais difícil
- E o nosso sistema nervoso sofre com mais ansiedade, piora do sono e oscilações de humor
- Tudo isso interfere diretamente no emocional e favorece os episódios de comer impulsivo, cansaço mental e dificuldade em manter consistência.
3. Testosterona
Apesar de ser conhecida como “masculina”, a testosterona também é essencial para nós — especialmente para manter força, energia e composição corporal.
- A partir dos 35, ela já começa a cair
- Com isso, fica mais difícil manter (ou ganhar) massa muscular
- A energia para treinar diminui, e o foco também cai.
- A consistência nos hábitos saudáveis começa a ficar mais difícil sem o “punch” da testosterona
4. Melatonina
Sim, ela é o hormônio do sono, mas vai muito além disso.
Com a queda do estrogênio e o envelhecimento natural da glândula pineal, a produção de melatonina tende a diminuir. E isso traz efeitos bem visíveis:
- Dormimos mal, o que aumenta o cortisol e o acúmulo de gordura abdominal
- As mitocôndrias (nossas “usinas de energia”) ficam menos eficientes, o que reduz o metabolismo
- E os hormônios da fome (grelina) e da saciedade (leptina) saem do eixo — o que aumenta a vontade de doces e a desregulação emocional
5. Tireoide
Mesmo com exames normais, muitas mulheres nessa fase já apresentam sintomas de um metabolismo lento, e isso pode estar relacionado à menor conversão de T4 em T3 (o hormônio que realmente acelera o metabolismo).
- Cansaço, constipação, retenção de líquidos
- Dificuldade em emagrecer mesmo com alimentação adequada
- Sinais de um possível hipotireoidismo subclínico, quando os exames de TSH e T4 estão dentro da faixa de referência, mas os sintomas clássicos do hipotireoidismo permanecem — sem que se encontre uma explicação clara para eles.
Resumindo:
Esse turbilhão hormonal que acontece nessa fase interfere diretamente na sua velocidade de emagrecimento.
Não é sobre falta de esforço.
Não é preguiça.
E não é desorganização.
É sobre entender o que o corpo precisa agora... sob esse novo olhar das variações hormonais.
E sim, existem caminhos pra melhorar sua composição corporal, regular o apetite e retomar seu bem-estar. Mas eles precisam ser pensados pra esse momento da sua vida.